I
Menina, aquele prédio de santa
Cecília, arruinado
você plantando ervas na sacada
tamanho tinha de nossos pés. O prédio era
azul e branco: você sempre dizia
quando chorava seco sem sua máscara de dormir
me pedia o sexo
sem palavras depois
me pedia o dia
quando eu voei você amaldiçoou
bela como uma bruxa
amor, foi você quem
me jogou pela janela.
AMARELINHA NO CURRAL
Pretinho soltava as rédeas
Gerusa fazia trança no rabo e nas crinas
Lajedo latia
Melissa galopava sem sutiens
Ricardo era um pássaro proibido
Deborah ainda não era gorda
Maria estava branca em sua véspera
de morte
Rosa não era uma máscara, ainda,
e nem seria
Pretinho soltava as rédeas
Gerusa fazia trança no rabo e nas crinas
Lajedo latia
Melissa galopava sem sutiens
Ricardo era um pássaro proibido
Deborah ainda não era gorda
Maria estava branca em sua véspera
de morte
Rosa não era uma máscara, ainda,
e nem seria
MEU AMOR I
mitigada sucessiva
mulher-às-beiras
de vidraças encardidas
pega paninho e
inseticida
faz carinha quando vê uma
barata
esmagada entre os dedos
de seu pé direito
- quer morrer –
não não quer, quer mesmo
que se conte a ela tudo todos
os crimes todas as jaulas
as mais adocicadas
quer mesmo é ter o álibe
de uma ou duas
ameaças
para quando a invejada das gentes
um dia lhe deixar
só a carcaça
mitigada sucessiva
mulher-às-beiras
de vidraças encardidas
pega paninho e
inseticida
faz carinha quando vê uma
barata
esmagada entre os dedos
de seu pé direito
- quer morrer –
não não quer, quer mesmo
que se conte a ela tudo todos
os crimes todas as jaulas
as mais adocicadas
quer mesmo é ter o álibe
de uma ou duas
ameaças
para quando a invejada das gentes
um dia lhe deixar
só a carcaça
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