20110527

inacabados achados nas bordas das anotações para FIO, FENDA, FALÉSIA





antes de rogar ao baú a recolha larga de muitos textos que poderiam enveredar para dentro do que fora fio, fenda, falésia, este livro amoroso escrito a 3, com érica zíngano e renata huber, mas que acabaram nas margens de papéis que serão amarelecidos por aquelas mãos que não os tocarem






:




por isso, trago aqui, fiapos destes trechos, remendos de amor, e depois, deixo que repousem os papéis no fundo do baú araucária, quieto sob a escrivaninha e as gatas


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porosidades, melindres, cavidades


funda escavação de vespas sobre a tessitura das achas
terror antigo, incauto lastro


desastre, um alo de que tempo
terror antigo denso dar as mãos
aos tecidos




------------------------------------ coordenadas: +36o 59' 13.29''
- 7o 57' 38.87''

este lugar



nem elegia, nem espanto: hipnose
de uma amiga vinda de longe


caixotes nas palavras


------ esse é o meu texto-matriz ao nosso fff: medéia
acronia-tripé: fuga que rejuvenesce






(broche-bruxa-brocha)



há alento


na poesia?




coço a cabeça como uma cadela
com as patas de trás
depois lambo as unhas
e engulo os piolhos abundantemente







confio



ficamos livres novamente







sou muito medieval
mesmo


avencas digitais
cavalaria arisca
juncos diante da televisão




muito muito
portuguesa






aranha não,
ariadne

feito comida de gatos



não saberemos nunca partir das ilhas

teu nome é outro livro
ilegível




29 anos debaixo dos flamboyants,



rifle____________________rei de ouros

mão escancarada sobre os girassóis, boêmios



mesmo a resma dedica-se à flor
quem_____________________estar
o cartão azul com uma palavra apenas
escrita a invisível


aos fundos, british grafanhola rosnando daddy daddy daddy


toalhas, piolho de cobra
tina emaranhada: a cabeça de ana: eu ____________ não ______________ sou
profissional



latrinas, versos
à beira-dama

mortos
todos
contados
um a um






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dúctil
curral
verve obscura







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um destino de amuada
(veleiro, solidões, mar)
(um jogo de navegação)

i know not what tomorrow will bring




fazer um soneto ao quebranto
fazer um soneto ao quebranto
fazer um soneto ao quebranto

mulheres-murtas
ofélicas amantes
atadas ao terror
fazer um soneto ao quebranto

remexer a anacrônica lira
quando amar foi possuir
em diligência


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sigilos de uma perfeita rotina




morfo-morfina


muito sentimental



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noite com colar de gritos
tragar para esta lua
o fim da melancolia



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e estamos então dentro da vida inventada







sorve meu bem
sorve muito lento








este é o inferno de bronze, o delito gêmeo
esté o inferno cerúleo, a minha couraça



noite postiça sobre o Vesúvio de São Paulo
grossas recusas forjada por ferreiros e ferrões







diz-me como partir






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anticristo











herr doktor faz frio
mulheres em musselina
abafam a neve
com seu próprio corpo







sonsa calmaria na pele das flores

roleta-russa, feno e moinho



.......................................................... adília, adília

adios adília







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segundo dia em ilha bela: resgistro de ontens, classificações da ilha de creta na ilha de são sebastião, coisas que intencionamos inventariar:


- a devoção em ilhabela
- o navio em fuga
- quem foi hablitzel?
- a pedra do sino
- quem era Juan de Mas y Pi?
- os sons-arquipélagos
- a chegada dos náufragos
- o escaler número 18
- o hipocampo
- o diário de Krauss
- meu romance com Astúrias
- Vega, luz para os náufragos
- transtornos e piratarias








(érica de azul/renata-rebis)















oferenda de paisagens...


um, dar cordas no peito
um coração que retorna sobre si mesmo, recordar
é inventar o tempo?
são a mesma coisa: tempo e amor?












espelho baço, trincado, casa carcomida
candeeiro d'água

2 poemas de NATUREZA MORTA

Natureza Morta



I



lúbrica sonora cave


afiançada pelos cotovelos


catarinas em rocas a fiar


tufos de cordas pendem


em solda dos cabelos
num deles enforcarei


o gato _________ esta noite


só gemeu a meio


cercado do vômito e da água
água que caiu destes cabelos


maremoto algum, ouvi dizer


deixou mãos tão idosas


as casas carcomidas, as unhas
assombradas por algum imo

(fantasma)


e depois os anéis sumindo
a envergadura táctil do medo

a rapariga impondo manobras


ácidas a seguir
sendo
uma criança









III


o ciclo ameaça assim:


uma mulher pesada (mas)
(fresca) adormecendo seus
Vícios
começa e acalma
como uma farsa

não fosse tão terrível calma


advertências, ademais –
quando soasse o cheiro
de uma história a mais
para narrar


em trégua:
o teatro – ela diz
e o álcool – dão conta


de todo este pacote adulterado



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dedicado à minha querida amiga anna cecília junqueira, que reestréia a peça NATUREZA MORTA, no miniteatro da Praça Roosevelt, n. 108, neste sábado e domingo, 21h. somente até 12/06.

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* poesia inédita

20110518

fio, fenda, falésia à venda nas livrarias





caros, queridos

FIO, FENDA, FALÉSIA pode-se encomendar pelo site da



livraria cultura
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/busca/busca.asp?palavra=roberta+ferraz&pag_busca=Livros&tipo_pesq=autor&sid=9120227281355542985868946&k5=151AA9B6&uid=&limpa=1&parceiro=OGOGIE


e da
livraria b_arco
http://www.barcolivraria.com.br/



ou pelo blog

20110514

paula rego, e a sequela das fadas

a leitura improvisada nos espaços da Pinacoteca, do texto mais improvisado citado abaixo, no post que antecede este, voilà



20110513

ÀS QUATRO | plano: medéias e menstruações, e paula rego










segue a todo vapor o plano de fugas e choques d'AS QUATRO, AS QUATRO PEIXES. Com entrevista, e maquinações de um encontro aberto bem breve, meio de junho,









(texto em liquefação, totalmente desprevinido de acabamentos, para a situação-paula-rego)





filhinha, macieiras, sabe a branca? não meu anjo, apenas uma pirueta, que a viúva pornográfica deixou no cantinho da sala quer cirandinha? quer novelo? novela com bambi e girassol, filhinha? e a goela


da Branca amassadoura, borralheira e porcalhona, para sempre todos os anões são animais lúbricos, você disse lúbrico, filhinha? tira isso daí, diz que os anões só podem ser animais flácidos, mas isto é exatamente o oposto, mamãe Não, Não, Não.... olhe bem, com perícia um focinho de pelúcia


não pode ser tão nocivo, encanta-te aquela rumba que a viúva dança e rola no canto da casa? sorte dela que é arisca ________ e pode mostrar a bunda _____ sem nenhum massacre



mas quem te diz que é a cena da Branca? a branca é morta a branca é morta a branca é morta (mas isso não se diz, é óbvio, isso não se diz - pula isso daí) Mamãe disse e arregalou um rapto nas margens do vestido apenas o vestido saia amarela saia azul saia para sempre



desta cena em ciranda de anões pentelhudos os anões, filhinha, são animais lúbricos filhinha, já lhe disse? Mas há quem os julgue dar sorte ouvi de uma vespa menina que os anões e vesgos são figas enrolados no pescoço e quem as tem e os carrega será rei



disse assim a certa feita da menina vespa, acredita nestas asneiras, filhinha? veja bem, saia amarelinha penteado com fivela e favor FURTA, MAMÃE, FURTA mas era só um pedaço de ______________ melão, esconjurado (ou escondido) nos sovacos da Branca qual é teu nome, filhinha? Branca. alguma coisa branca. Não te esqueças, filhinha da viúva medindo o tombo dos gambás empalhados das situações corriqueiras dos gritos




mas eu só vejo o riso, mamã




é a afetação, a cor-de-roube que nasceu da tua cara, branca de alguma coisa, entre anões e anedotas



mas não é alegoria, mamã?



Não Não é filhinha é puro pra valer é uma apoteose



ah, então baterei palmas? dei risadas? ah, meu coração espera ainda um pouco



espera o era uma vez


da história