20100518

(nota, sem autonomia, com as costas em V)

percebe-se rápido que se vai
sumindo
pessoas mesmo os telefones antes
percebe-se que aos poucos
aquela causa antiga de sumir
se remexe e tranveste e
ninguém é dono de uma ação
sequer

o som diminui, quem procurou
saber de ti, as cabeças giram
naturalmente
para outro lado
é o fosco das saídas
o que mais pode
impressionar o dia

o telefone que tocava
haveria compromissos para a próxima
década?
uma subida íngreme para o desamparo
tema tão ocular tão cotidiano tão chato
o telefone - ninguém

e é assim, constrói-se os cumes de gelo
aterra-se toda a água quente em
que corpos, se nus, se banhariam
agora

a camereta desta conquista
perder-se, perdida

sem ninguém

e

sem sentido