20100930
20100929
quem vem, o que, quem
os cadáveres começaram a girar
sobem de dentro da casa de palavras
... está chegando a fornalha acesa
de fio, fenda, falésia
sobem de dentro da casa de palavras
... está chegando a fornalha acesa
de fio, fenda, falésia
20100924
nota ao dia I
passado o dia de chita
acompanhando o percurso digestivo
das noites anestesiadas
odor nas lenhas do decoro
forte e manchado de tinto
preguiça de engolir e esperar
repetidamente
uma fome cadente, ordinária
acompanhando o percurso digestivo
das noites anestesiadas
odor nas lenhas do decoro
forte e manchado de tinto
preguiça de engolir e esperar
repetidamente
uma fome cadente, ordinária
20100920
carta à minha bisavó Dulce, depois de ler seu 'poema da dinastia'
FANTOCHES PARA MASMORRA. VII
encarcerada, como
a menina de Beja
tenho ao menos o mesmo
álibi – não ser eu
quem escrevo
e emula o coração
nos espetáculos da maçã
presa à jaula
qualquer lua é uma ameaça
– encarrilha outro apeio –
a ida vespertina aos cinemas
salas mudas, entupidas de fugas
encarcerada como
mas ingenuamente
pensando-me mais solta
e mais cansada
20100911
pequena fagulha nas paredes de tua casa
à Bela, comigo em Dioniso
maquinaria nenhuma
traços de pena, sem pane
traços de pena, sem pane
ou exclusão
amarelo neon, caligrafadas
doses de estar aberta
doses de estar aberta
ao besouro e lebre, leve
desata - nada
buzina, são flores
são copas, são malvas
desmedidos pelo apartamento
uma brisa enfim
faz da janela
um pórtico
além-aqui, aventura-se
os dizeres da beleza
os dizeres da beleza
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