I
este colar elisabetano esta muralha tépida
margeia o pescoço duro as veias rijas de um sangue
atento
olhos – riscados para rápido dobrar
desperta às afrontas
dentro um corpo em gesso ocre
faz tempo nos equilibrávamos pelas prateleiras
quando já não sou mais leve peralta
quando a chispa da garganta, consumado o aterro
seguir as pistas falhas para um bordel ou a quadriculada
mentalidade do registro telefônico como se houvesse
dizer
para qualquer deslize
não somos espécies sensíveis somos cordas
entre os pés os hiatos entre as mãos
concordatas
penso sugerir o verão e a caminhada
mas já percorres o futuro em que eu
terrivelmente estarei partida
tempo a tombar
mistério imenso de carinhos
e reunir outra simetria já
mais abstrata e mais
fria
paralítica aponto os dedos
tua direção é um vale ainda
uma palma estocada na poeira
aponto no vale o prepúcio
de uma fossa
é ainda um alento, um flanco
singradura
então um hino tapando teus ouvidos –
uma toca que recolha teus olhos –
a meu dentro
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