Incestuosas
a correr a pradaria
empinar o chifre calcário alcaçuz
o chifre urgido em frente
simultâneas fêmeas aros
correntezas umedecendo os vales
de pele fruta e pasto, arcada
de sol acidentando a face
e uma e outra
puras das máscaras
chocam-se os corpos em movimento
fogo oleoso pertencido ao mamilo
dos bichos a mamar numa a outra
o riacho errático liberto de ferraduras
coração de estrada, penedos
crianças potras de sal
na flecha ofegante onde morre
a sagração da aurora
(publicado na revista CÓRREGO, dez.2010, n.1, editada por Gabriel Kolyniak e Tomás Troster)
20110219
20110215
e ainda, (sessão carinhos)
...vem a nota da tão estimada Yvette Centeno, em seu blog Literatura e Arte, sobre Fio, Fenda, Falésia... sobre lacrimatórios, enócoas.... sobre Dioniso e Ariadne...
um agradecimento profundo e um abraço trançando mares,
a ti, Yvette, deixo a flor intensa do cerrado,
um agradecimento profundo e um abraço trançando mares,
a ti, Yvette, deixo a flor intensa do cerrado,
lady octopus
* * *
1a nota _______________o curioso é que so far este é o post mais atraente do blog, muita gente chega a elêusis através de
lady octopus. então resolvi aderir com tentáculos a mais. e perdoem a tradução porquíssima, foi feita com o sr. g., e medonha de erros se compele à existência, assim mesmo, ainda assim, quem quiser que me ajude, aceito novas mãos e garras para fazer desta versão em inglês algo mais tentador do que um simples recorte e cole.
****
2a nota: a nota acima é antiquíssima. a tradução não corresponde ao que o poema se tornou. é já outra, de outro. o poema vem fresco, estará no próximo livro saturação de saturno, ainda completamente aqui.
é uma carta: navega com meras senhas
uma loucura inclinada ao teatro
um ouriço na cintura túnica encravada
a sair mui talentosa o cúmulo de um cós
lilás discorrendo vísceras dentro da ó
nesga
por onde desembocar cutelos de homem
é uma imagem: ousa o espelho
investida invertebrada apenas como se
espelho com métrica embutida: o anjo da casa
(já se disse, ritornelo, água amarga)
é um porta-papel e carnuda rês
espiral de um talo rubro cosendo o roer
da nuca para colorir os lábios
quiçá nunca gemer apenas dar-se ares
a scherzo esquadrinhado & ripar
da descuidosa maneira de viver
para que saia: um espelho
civilizado apenas contra
vertido e desdobrável: os tentáculos da casa
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a woman is a letter
folly minded to theater
a hedgehog a woman carved out the belly
the pick of a waistband close upstanding
on entrails inside the small place
where it drains a man's cleaver
a woman is an image
applied as a mirror attacked invertebrate
garnished with mimicry:
the angel of the house
an envelope a woman
with severed wings, spiral of coral satin
sticking the biting of the neck
to the baton rouge of maybe
never come only let out of herself
applied as a inverted mirror
unfold
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20110214
Poesia Incompleta: que a brisa do Brasil beija e balança*
Poesia Incompleta: que a brisa do Brasil beija e balança*: "Lacrimatórios, Enócoas,Roberta Ferraz, Oficina Raquel * é um verso de Castro Alves"
Poesia Incompleta: há semanas em Lisboa, foi lançado hoje em Belo Hor...
Poesia Incompleta: há semanas em Lisboa, foi lançado hoje em Belo Hor...: "Fio, fenda, falésia,Érica Zíngano, Renata Huber, Roberta Ferraz, Edição das autoras"
20110213
20110204
e ainda, (sessão carinhos)
o post querido da mais querida Maiara Gouveia, sobre roseiras e bicicletas, e afetos esparramados pela poesia, que está no link, e ainda, ao final, o texto que maiara acarinhou como saudação ao meu livrinho de poemas, o Dioniso e Ariadne...
el desdichado, de GERARD DE NERVAL
Eu sou o Tenebroso, - o Viúvo, - o Inconsolado,
O Senhor de Aquitânia à Torre da abulia:
Meu único Astro é morto, e o meu alaúde iriado
Irradia o Sol Negro da Melancolia
Na noite Sepulcral, Tu que me hás consolado,
O Posílipo e o mar Itálico me envia,
A flor que tanto amava o meu ser desolado,
E a treliça onde a Vinha à Roseira se alia
Sou Biron, Lusignan?...Febo ou Amor? Na fronte
Ainda o beijo da Rainha rubro me incendeia;
Eu sonhei na Caverna onde nada a Sereia...
E duas vezes cruzei vencedor o Aqueronte:
Modulando na cítara de Orfeu consagrada
Os suspiros da Santa e os arquejos da Fada.
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