fomos atravessadas pelo baldio cheio
destravamos a distância das inadequações
um borrão de vento sopra agora o tímpano
para que o espelho se transtorne sobre o corpo sem retorno
tu agora não me conheces mais
agora tememos o ninguém que nos tocávamos
e todo o dito nos atravessa pelo buraco
do que não foi dito do que nunca poderá
ser dito
de outra maneira como o rio
com um facão na algibeira não havendo mais
lugar para o cajado da fábula percorrida
nessa passada década de nós ensaiamos chegar aqui
libertas esse é o nosso saturno
desfazendo seus anéis translúcidos
sobre nossos pés a teus pés um frio avança desviante
sinto-a em mim como um trago feito em viagem uma alucinação calma e
duradoura
sacrificada em repouso na selvagem
hora
de nossas diferenças
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