20120528

alguns dos meus textos saltam: convite-drink para a FEIRA DO LIVRO DE RIBEIRÃO PRETO


+ de desfiladeiro, o texto calo, sobre a suavidade de morrer-se






calo
                                                                              à Mira
e à Tila


Um rosto retangular, exaurido, de cor um pouco em bruma, reflete-a. Entretanto olhos, abertos, penumbras de uma bainha desfeita, olhos d’ água. Leya. Ocorre balançar e com ela as águas, o embranquecido cardume que em tudo em si ia se formando dissolvido, os óleos o sabão os condimentos flores ao longo, eiras do banho. Quando que está quente, insuportável quente, ela entra com o , unha esquerdos. Quando realmente é quente o tom e viço das águas, muda, opaca, em branco novamente, a liderança sobre o translúcido, tudo memória, põe o peso, deixa-se flagrar pela latência lenta dos movimentos, é assim, nesse ponto difuso, que culmina a entrada de Leya na banheira. Transpirada, lembra-se, o outro, o que mandara construí-la em tamanho abusivo, de altura fora do esperado, sabendo o melhor para afundar não apenas os pés. Um tanque, um poço. Impossíveis. Insuportável. Não lhe fazia os jeitos os outros moldes, os que excluíam ora cabeça, ora joelhos, ora olhos. Soube sempre, nas tabernas instintivas, ser impermeável tudo isso e então o balneário lasso, dando cabo às dimensões daquele recinto, inteiro. Que olhos, cabeça e joelhos deviam afundar com o restante de si, peitos,  costas, indícios.
                Leya, a graça diminuta daquela banheira excepcional, sempre murando-se do feito do pai, o pai nas garras da hidra, riria, aquela sua prática de mergulho, que sim, hora ou tanta, atravessava o jantar, esquecia-se por , arruinava animadas conversas, todas as contas de quando o pai se metia dentro e bifurcava as portas, trancava-se naquela cripta de águas, e morria. Frequentemente era o comum, nos desfazeres dos anos o costume piora-se, tornando o armazém debaixo em horrores úmidos, o comércio infla e murcha, ele dizia, os portões rendidos ao informe de tudo. Em andanças, a mãe, a irmã, ela, decididamente ela, ajeitavam ao cotidiano algumas lágrimas que eram dali, daquela casa, daquele pai enlouquecendo em banhos, daquele nostálgico batismo em cinco ou oito horas, nas madrugadas, nas janelas abertas, no trânsito dos corpos enrugados, exauridos. Os julgamentos eram os piores, não atendia à receita ou repreensão, as horas da família e da seresta que esperassem pelas águas, o pai entrava novamente na enorme banheira. Elogiava-se disso, resistia, era seu truque de permanência e aos setenta e quatro encomendou três espelhos retangulares, semelhante às proporções do tanque e abotoou: um ao lado esquerdo, entre as duas dobras de suas pernas e pias, outro curiosamente inclinado entre a parede esquerda e o teto, dando-se à branquidão suada, e o terceiro na correspondência exata aonde se deitava, no teto, no de cima. Fazia do banheiro seu novo estado, sua nova chance de nomenclatura branca, amava dizer meu pântano branco, ia preparando-se ao retorno inexato, que mancava interditos nos demais, entretanto interlúdio nele, faixa de outro plano, ele retornava com o ápice quieto, a categoria dos místicos. Era em si mesmo, nenhum ofuscamento do divino fora do corpo n’água. Era ali, ali retornou.
                Leya profunda nela. Ajeita o corpo que não é tão grande e sendo leve, de carne, assusta os ossos que n’água saltam maiores, esdrúxulos, ou se mexem, dando sugestões de um outro corpo, um corpo talvez de criança, faminta, burilada, um corpo bem menor que aquele no qual ela se fantasiava vendo, no ajuste do terceiro espelho, tudo sendo claro nevoento (alguém sugeriria que era melhor na névoa que no nítido?). O pai quisera a questão de examinar bem seu retrocesso e não temeu quando a cartilagem amolecida produzia sonoridades dos pingos, da rotatória, do ralo, uivos ou, quase adormecendo, pareceriam flautas nas veias. Foi encarando a dispersão por todos os ângulos. Ela se lembra, no instante, o comportamento de cinema dos últimos dias do pai: um sorriso e cabelo prontos, a maior quantidade de luzes acesas pela casatodos banidos pelo cansaço do molhaçal ao qual lhes embutira o pai – e as velas dos quatro cantos nunca finadas, nunca vi quem as trocava. Os últimos dias. O pai, gesticulava lento como se outros, em tela profundamente posta, tivessem a seguir-lhe os caminhos, efusão dos vultos. Então ele procurando-se atuar cardealmente e a boca na busca de mover cada palavra límpida, forte. A sensação nos adestrou a olhar ao redor, caçar gente que pudesse estar por ali, nele, e os médicos não alertando nada, o pai lúcido como um tapete de estórias, fatalmente verdadeiras, era uma cantiga que ele impunha. Como o mofo, uma sequência de heras líquidas a liquidar as muralhas da casa. O costume cessou por acastelar-se ali e ali era ele, tudo aquilo. A mãe fazia um pouco os velhos carinhos velhos, pleiteava-se dama daquela farsa opaca. Mas, à banheira ele sozinho, sempre. Não era boa ocasião olhá-lo ou perguntar-lhe isso ou aquilo.
Leya rumina, tenta enfrentar aquela secura que ela, no fiasco dos olhos, casa com o espelho terceiro. Levanta as pernas e ainda o sangue pisado nos dois joelhos, ainda aquele susto nela, ali afundado também, do momento em que o pai oscilou no passo à sala, disse ou atroz ou sibilante o traquejo do ator, planou o suficiente de segundos para que ela ocorresse em joelhos e segurando-lhe a cabeça antes do chão. Machucar-se rente à queda do pai, por ele. Apóia naquilo que é sangue dela o que é volta dele, olha olha olha olha olha, incerta, amortecida, brava, pode-se perceber que houve um grito. Um grave e rouco de quem sabe, reconhece as peripécias de um terror que se aproxima, suplica, engasga. Os cabelos estavam perfeitamente ajeitados. Ele e os olhos. Não podendo cuidar do resto, Leya amaciou sua veste, quis diálogo pôs as mãos no bolso da camisa do homem ido e tirou de o lenço, sujo de ontem, quase o novo se houvesse tempo para hoje. Abriu a gaveta da escrivaninha, dezena deles brancos e iguais. Puxou o último, cheirou à distância e trocou, o homem então é restaurando pelo objeto mais cotidiano. Ainda, inútil, memória, as mãos com o lenço limpo, e disse-lhe com títulos estrangulados, se poderia tomar o seu banho naquela banheira. Leya que nunca. Caminhou o corpo, velha maquinaria da escrita, esforçando para retomar outra linha ao final da direita impossível, árdua tarefa, mantendo-se em ziguezague na disposição dos dedos desejosos, parece muito frágil tudo isso, muito simples. Os outros faziam as despesas insignificantes e taxaram hora, médico, legalidades e telefonemas mudos. Leya direto à água, ao legado dos sais abejtos, ainda uma partícula de célula ou que solidificasse os nomes, ser ela a filha, e não podendo dizer à mãe, ao pai, aquela situação impar da necessidade da banheira, após as longas e curtas casas paridas e falas absurdas que ela disse, disse afoita, pediu: mãe e pai entro no banho. Um rosto amiúde, jaspe na cor, moita de juntas inexpressivas, desfeitas, novas. Olha, o tempo mais, o terceiro espelho. Tenta se levantar, doem seus múltiplos joelhos, uma ossatura roída pelo vapor, o tempo controlado pela neblina. Quando se fixa nas idéias de desaparecimento, logo abre mais a torneira quente, o banheiro, a porta aberta por esquecer-se, o quarto entra no nevoeiro de si e quando pensa, mais ainda, com obsessões, nos desaparecimentos, enjaula-se e finge e cantarola uma música inventada com timidez. Ela aborta a coluna rígida, deixa o pai sentar-se com ela na banheira, divide o espaço, divide-o até o minúsculo. O desaparecimento aos poucos, as brumas sob os joelhos. Sabe que sangue e tempo têm tantas ocorrências, se empalharam na realidade dessa textura, e liquidada ama aquele pai. Ama, desapareceu, ama. E não usura mais ser lida esferográfica e idêntica, toda a vida trouxera as miudezas daquela banheira, toda a vida que viveu em outras casas e estrangeira ao pai, em outros pôde rarefazer a evidência de si, prenha daquela água do pai, do mundo absorvido do pai e das insensatas telhas que encomendara, sem uso, separando-a do movimento real, da estrutura real, da banheira de fato, esta bata arquivada de velhos lenços, o seu corpo branco. Real.
                Se alguém se aproxima ela tranca, nenhum opressor que lhe dita. Faz-se horas, reconfigura, liga, regride, restringe, põe a alma no jogo dos três espelhos e o maremoto confundir-se à vida, o teatro parece-lhe confundido à vida, desaparecer vai tornando-se sacrílego criar, a vida. Enquanto foz daquela luz fosca espalhada, assobiava o vapor para dentro, mexesse um pouco entre aquelas formas cansadas, e podendo, quando pôde, entender, a banheira.
                Levantou-se, três dela exageravam sua mínima pessoa, a similitude das carnes aparecendo e sumindo, outras e outras, nada sendo mais que aquilo, o desaparecimento. Os desaparecimentos. O pai que morto. Ela tão ou mais desaparecida dela, a brusca casca de água tolhendo as relações, senta-se em si como uma aldeã de um ato primevo, quer sair, remover, bater braços, pernas. Nadar, mergulhar, boiar. Agora sim de . Escorre-se. O ralo das mordaças. Quando sai abraça o pai, a mãe e a irmã. Invisível. Eles choram o destino imprevisto. Mesmo despercebidos dos louros que rugem nas faces antes pardas de Leya, mesmo marcando igreja e padre e roupas brancas, o vestido de ataduras, não eles: eles têm funéreos lenços, ela que trocara antes de tudo o lenço sujo do pai ele agora suja o novo, desesperado, resignado, preparando-se aos toques de Leya, a nova Leya que abraça a trindade do vácuo e do som, e tenta, na imposição que era aquela ordem, que a vacina de toda mácula se consumisse, se exterminasse. Mas a mãe agarrando cabelos, quadros e bilhetes guardados no criado emudecido, obedecido, em luz, livro e revista. A mãe procurando vocabulário. A mãe vasculhando o corpo pequeno, enrugado da filha, o pai derrubando espelhos, a irmã atendendo os consolos dos que chegavam.
O rosto retangulado, cavado branco e os olhos tensos do vermelho, olhos d’água, desmedidos. No que boiava, a crispa da recordação que ela escolhera e tinha ao lado: uma carta do pai quando Leya fazia trinta anos dizendo-lhe que preparasse a vida (era o que fazia), explicando-lhe a causa do númerocoisa divertida e séria do pai – e um vasilhame que comprara neste aniversário e dentro dele os quatro anéis dos quatro compromissos de que ela fugira e irando vergavam, fim. Não porque pensara os detalhes daquela entrega. De verdade, não queria ensurdecer a dor de ninguém com pretensa e crua sina de despedir-se. Não preparara tanto a dureza que era seria o seu rosto de pedra lisa e perfeita, mas amando, amando o desaparecimento do pai dentro de si, da mãe, da irmã, de si. Aquele rosto combinando à água mais parecia um tablado de mármore que uma acomodável bacia, dada a exatidão do movimento fixo. O que ainda fluía em pequena dosagem, quase interrompido pelo frio e o longínquo, eram tecidos de sangue de seu joelhos, de que o pai se lembrava, tombando. Aquele vivo rubro, tom móvel de infância e de rasantes risos, aquele lendo, demorando-se no lenço branco, costurando à memória. Leya impune, remediada. A dos outros que não desapareceram, nem desapareceriam. Os outros mediados pela fadiga e pela ordem, em meio a andar com coisas e sofrer com elas. No passar parado das águas, enquanto não chegasse quem nela ousasse tocar, abrir e destituir, o banho foi pintando sua homenagem plástica, numa bonança desprogramada, comovendo demais. O vermelho atava o branco, docemente, à sugestão contemplativa de um poente calmo.  E das fugitivas mordidas e raivas do pai, mãe e outros, ficou ainda, como se comprovasse com maçãs, o percurso estético e tonal da tristeza: na água escurecendo um tom compassado de rosa, um bendito tom de rosa, dominando o dia dos banhos, dizendo baixo e naturalmente, a eficaz existência da noite.      

+ poemas inéditos do senda dedicada, na revista desenredos:

+ misto de poemas inéditos e publicados, na revista zunai:

+ poemas do livro fio, fenda, falésia, na revista desenredos:

+ diversos poemas avulsos, na seção 'poesia' aqui do blog:



20120527

do arquivo pessoal de Lucas Simões, hora dos retratos e dos segredos sem som


convite | IFF | Ribeirão Preto | 31/05 | 19hs às 20h30: CAPRICÓRNIO + JOÃO CABRAL





ASTROLOGIA E LITERATURA
CAPRICÓRNIO com João Cabral de Melo Neto

IFF | Ribeirão Preto | 31/05 | das 19h às 20h30


Em cada aula do curso ASTROLOGIA E LITERATURA entrelaçamos a leitura de um signo com a leitura de um texto literário. Começamos lendo as principais características do signo astrológico, no caso de CAPRICÓRNIO, um signo do elemento TERRA, regido pelo planeta SATURNO. Capricórnio é o décimo signo do zodíaco, tendo relação com a casa 10 de nosso mapa, zênite de nossa caminhada, cume da escalada. Todas as forças da terra, ou seja, suas qualidades de perseverança, determinação, compromisso, realismo são postas em andamento, neste signo, visando um fim coletivo, o funcionamento de uma ordem pública, a construção de um todo social sério e empenhado. Saturno é o planeta que falará, de um modo mais amplo, dessa nossa motivação estruturadora, nosso senso de mundo, nosso compromisso com o coletivo e de um modo mais íntimo, de nossa capacidade de autoestruturação, nossa firmeza, nossa edificação lenta e inquebrantável.  

João Cabral é um poeta marcado sobretudo pela paisagem seca e árida do sertão pernambucano, paisagem não só física como humana, conforme podemos ver em seu auto de natal, “Morte e Vida Severina”. Nele lemos que, participar daquela terra, é sofrer da vida severina, desamparada dos cuidados de uma ordem social, construída sobre opressão e pobreza. Uma vida de cão sem plumas, como o rio que corta o Recife, mais do que o atravessa. Em sua poesia vemos também a preocupação com uma poética da contenção, que abomina todo tipo de poesia confessional ou excesso lírico. Cabral pensava que o poeta era como um escultor: o seu trabalho é tirar pedaços de um bloco de pedra, ou seja: a poesia é corte, a poesia é faca, a poesia é menos, é o limpar das sobras. Poeta da secura e do contundente, cada poema é uma construção material, feita com a terra da palavra, buscada não em sua sonoridade, fluência e sugestividade abstrata, mas em seu talhe incisivo, em sua concretude de pedra, saturnina.

Nesta aula leremos uma seleção de poemas de Cabral, entre eles “A Palo Seco” e “Poemas da Cabra”, do livro Quaderna

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Incrições e informações: Instituto Figueiredo Ferraz
tel 16. 3623 22 61 | 16. 3623 2262

João Cabral, "a cabra, este animal extraordinário"

documentário: "João Cabral de Melo Neto - O curso do poeta"
dir. Fernando Sabino e David Neves
1974

20120524

pavões e siguiriyas


aos jardins soltos de sol em sevilha
com pavões a palo seco taconeando
o rodar altivo da penugem, vidência
e evidência do selo simples a metáfora

mulher depois, empena de fogo
alar de um braço, vulto e oásis
onde ávida sede
molhada arrefece







20120516

silêncio, ouve dizer dos mortos, respira, louca como uma mãe e a salsugem: HERBERTO HELDER, talvez sim enlouqueças

o próprio Herberto lê-se 
orvalhado, amor total, flecha na fantasia

 

a manhã começa a bater no poema 
o rodopio das rosáceas, sangue


súmula,
como se morresse
é sempre outra coisa
uma só coisa coberta de mãos


gosto do deserto
as belas ferramentas dos homens
o labirinto doloroso, a alegria





canto alentejano | para ler com saramago ou redol, cardoso pires ou garrett, traz quem quiseres ao _______ F A B U L O S O canto





20120515

Vasco da Gama no São Cristóvão!


a OFICINA RAQUEL
convida 
vascaínos, futebolísticos, poetas
e amantes da famosa
linguiça na cachaça

te vejo lá!


20120510

uma abelha na chuva, de carlos de oliveira


Filme de Fernando Lopes (1972), inspirado no romance de Carlos de Oliveira

parte 1


parte 2


parte 3


parte 4
  

e aqui o texto integral
este romance lúgubre úmido e calado
val val val de tempos, estocagem dos fantasmas
chuva, lágrima, saliva pingando em bolor
até a flora do assassinato, até o verme roxo de um rosto
em queda a descer
com muita sede
http://www.noigandres.net/textos/lpcontemp/carlos_de_oliveira_uma-abelha-na-chuva.pdf

20120509

o delfim, de josé cardoso pires (1968)


grandioso texto de Cardoso Pires, O Delfim 
é aberto noutras linguagens, cinema e comentários,
valiosos


o filme 'O delfim' (2002), com direção de Fernando Lopes:



e o programa 'Grandes Livros', sobre "O Delfim", em 6 partes:

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3


PARTE 4


PARTE 5


PARTE 6

M_E_D_E_A, preparos, aos trabalhos!, linho e transparência: a terceira partida, vegetal


o trabalho (opereta, em andamento) MEDEA
que agora ganhou coro e vozes outras, começado no ano passado ao lado de Maiara e Ana
chega à sua terceira partida,
 feitio vegetal, transparência
(há ainda uma prateleira de livros que esperam o devido chamado) 
a feitiçaria pinga voluptuosa e lentíssima
assim é, menstrua mês a mês
 e a obra segue seu labor, a sua história da magia____ desfolhando, algumas cenas, vem, 












20120507

12a feira nacional do livro de Ribeirão Preto

No SALÃO DE IDEIAS
quarta-feira, dia 30.05, às 15hs
lá estarei:
abrindo os feitiços



20120505

revista desenredos | ano IV | n. 13 | abr-mai-jun 2012


também vieram à dEsEnrEdoS

excertos do fio, fenda, falésia

vem ver, aqui (clique)


revista desenredos | ano IV | n. 13 | abr-mai-jun 2012


veio à dEsEnrEdoS 

o conto Quem vem à alma

publicado no livro desfiladeiro 
(RJ: Oficina Raquel, 2011)

aqui (clique)