20150204
O AUSENTE (1853), poema de Victor Hugo | trad. Roberta Ferraz
O AUSENTE
veredas ao balanço das ervas
pequeno vale, encosta e espesso bosque
por que este luto, este silêncio?
- aquele que vinha não virá.
por que ninguém em tua janela,
em teus jardins, nenhuma flor
ó casa? onde então aquele que te conduz?
- não saberei mais, partiu.
- o cão, na soleira da casa - por que?
a casa é vácuo agora.
- criança, quem choras? - o pai,
- mulher, quem lamentas? - o ausente.
- para onde terá ido? - à sombra.
- ondas gementes nos recifes
de onde vêm? - do cárcere obscuro.
- o que trazes contigo? um caixão.
-------------------------------------------------------------- tradução momentânea, sem muitos cuidados, feita no calor do poema.
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