Assumido
nunca mais o estalido e a rima
assim com laranjadas véus tonéis
- almas -
maciezas subterfúgios umbrais
nunca mais esse lustre vocal
essa odalisca que se repete em tantos
vasos venéreos de chocar
chorar e enócoas em geral
essa cartografia menádica
nunca mais Sá-Carneiro Ana C
as lástimas pedrarias reclusas
vida vitimada por um dicionário
de estética medieval
agora branco tudo
chega do azul do cinza do chumbo
é para sempre que digo fim
a todas as palavrinhas tão românticas
decantadas e sonâmbulas ai
de mim nunca mesmo quero longe
as sãs sacadas as caveiras das
palavras que o desejo poste altivo
se pôs deitado para que morram
este verso este orifício testamento
amaro esta vernacular forma de
cortar a linha que se podia desviar
agora nem também metonímias
multimídia e seus laxantes tabletes
de estar em todo tempo grandes noigandres
lá e cá feiras de poesia gente tocando
trombeta para toda gente lá do
poema lido e decorado e aqui pó
posto como estrume a ceifar fragmentárias
roseiras tempos pós-modernos leseiras
Freud Jung Lacan deixem-me vã
agora nunca mais semióticas cisões
pelos poros da aventura agora nem fadas
nem desusos, nem mitos nem regurgito
à maneira de virtuais pistões
agora inútil emendo a branco
fico muda
besta
,além do mais
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