faz sol, cheira a estrume e maconha
a mijo descansado
a silêncio e contra-filé
mais um pouco, rios recursados
(várzeas no meu destino)
a tino em popa a morte
alergia nas mãos e nos pés
visões do cadafalso
gente barroca abarrotada
entre pastéis marmita sonhos:
vômitos de ontem a hoje, gente
de pé cantando rota
a missa de domingo
muito simples, esse sistema
de rolo compressor e garrafas
essa mandinga rufia com cachorro ao lado
esse círculo a engolir pelo asfalto
e fuligens tecnicolor nas pombas
faz sol, seguimos
cegos e sedentos
dissidentes do amargo
comprando bijuterias
e caminhando – apenas
fazendo a lona
fotográfica
Um comentário:
uau! adorei! gosto de textos fortes com palavras fortes e bem trabalhadas! é a cara e o cheiro do centro de Sampa! bjs Tinoco - leia Pornopopéia de Reinaldo Moraes! imperdível!
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