20110527

2 poemas de NATUREZA MORTA

Natureza Morta



I



lúbrica sonora cave


afiançada pelos cotovelos


catarinas em rocas a fiar


tufos de cordas pendem


em solda dos cabelos
num deles enforcarei


o gato _________ esta noite


só gemeu a meio


cercado do vômito e da água
água que caiu destes cabelos


maremoto algum, ouvi dizer


deixou mãos tão idosas


as casas carcomidas, as unhas
assombradas por algum imo

(fantasma)


e depois os anéis sumindo
a envergadura táctil do medo

a rapariga impondo manobras


ácidas a seguir
sendo
uma criança









III


o ciclo ameaça assim:


uma mulher pesada (mas)
(fresca) adormecendo seus
Vícios
começa e acalma
como uma farsa

não fosse tão terrível calma


advertências, ademais –
quando soasse o cheiro
de uma história a mais
para narrar


em trégua:
o teatro – ela diz
e o álcool – dão conta


de todo este pacote adulterado



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dedicado à minha querida amiga anna cecília junqueira, que reestréia a peça NATUREZA MORTA, no miniteatro da Praça Roosevelt, n. 108, neste sábado e domingo, 21h. somente até 12/06.

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* poesia inédita

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