antes de rogar ao baú a recolha larga de muitos textos que poderiam enveredar para dentro do que fora fio, fenda, falésia, este livro amoroso escrito a 3, com érica zíngano e renata huber, mas que acabaram nas margens de papéis que serão amarelecidos por aquelas mãos que não os tocarem
:
por isso, trago aqui, fiapos destes trechos, remendos de amor, e depois, deixo que repousem os papéis no fundo do baú araucária, quieto sob a escrivaninha e as gatas
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porosidades, melindres, cavidades
funda escavação de vespas sobre a tessitura das achas
terror antigo, incauto lastro
desastre, um alo de que tempo
terror antigo denso dar as mãos
aos tecidos
------------------------------------ coordenadas: +36o 59' 13.29''
- 7o 57' 38.87''
este lugar
nem elegia, nem espanto: hipnose
de uma amiga vinda de longe
caixotes nas palavras
------ esse é o meu texto-matriz ao nosso fff: medéia
acronia-tripé: fuga que rejuvenesce
(broche-bruxa-brocha)
há alento
na poesia?
coço a cabeça como uma cadela
com as patas de trás
depois lambo as unhas
e engulo os piolhos abundantemente
confio
ficamos livres novamente
sou muito medieval
mesmo
avencas digitais
cavalaria arisca
juncos diante da televisão
muito muito
portuguesa
aranha não,
ariadne
feito comida de gatos
não saberemos nunca partir das ilhas
teu nome é outro livro
ilegível
29 anos debaixo dos flamboyants,
rifle____________________rei de ouros
mão escancarada sobre os girassóis, boêmios
mesmo a resma dedica-se à flor
quem_____________________estar
o cartão azul com uma palavra apenas
escrita a invisível
aos fundos, british grafanhola rosnando daddy daddy daddy
toalhas, piolho de cobra
tina emaranhada: a cabeça de ana: eu ____________ não ______________ sou
profissional
latrinas, versos
à beira-dama
mortos
todos
contados
um a um
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dúctil
curral
verve obscura
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um destino de amuada
(veleiro, solidões, mar)
(um jogo de navegação)
i know not what tomorrow will bring
fazer um soneto ao quebranto
fazer um soneto ao quebranto
fazer um soneto ao quebranto
mulheres-murtas
ofélicas amantes
atadas ao terror
fazer um soneto ao quebranto
remexer a anacrônica lira
quando amar foi possuir
em diligência
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sigilos de uma perfeita rotina
morfo-morfina
muito sentimental
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noite com colar de gritos
tragar para esta lua
o fim da melancolia
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e estamos então dentro da vida inventada
sorve meu bem
sorve muito lento
este é o inferno de bronze, o delito gêmeo
esté o inferno cerúleo, a minha couraça
noite postiça sobre o Vesúvio de São Paulo
grossas recusas forjada por ferreiros e ferrões
diz-me como partir
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anticristo
herr doktor faz frio
mulheres em musselina
abafam a neve
com seu próprio corpo
sonsa calmaria na pele das flores
roleta-russa, feno e moinho
.......................................................... adília, adília
adios adília
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segundo dia em ilha bela: resgistro de ontens, classificações da ilha de creta na ilha de são sebastião, coisas que intencionamos inventariar:
- a devoção em ilhabela
- o navio em fuga
- quem foi hablitzel?
- a pedra do sino
- quem era Juan de Mas y Pi?
- os sons-arquipélagos
- a chegada dos náufragos
- o escaler número 18
- o hipocampo
- o diário de Krauss
- meu romance com Astúrias
- Vega, luz para os náufragos
- transtornos e piratarias
(érica de azul/renata-rebis)
oferenda de paisagens...
um, dar cordas no peito
um coração que retorna sobre si mesmo, recordar
é inventar o tempo?
são a mesma coisa: tempo e amor?
espelho baço, trincado, casa carcomida
candeeiro d'água
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