1 de espadas, 29 anos de espera e donzelice, trevo de cravos no azul do desejo (A HORA)
- carta do meio - interrompida - a promessa de um nascimento tumultuoso (e qual não é?)
preenche o 3 com moça criança e cabra e pequena casinha com bacia e água fresca (e trabalho)
cavaleiro de ouro, 10, o moço dos engenhos, saturnino, campestre, é ele quem vem (e trabalho)
(mas agora é siesta, pequena festa matutina, sombra do arado, durma e coloque a plaquinha enquanto dorme: que estou a trabalhar) (rêves, rêves, rêves)
29 + 1 + 3 + 2 + 10 = 45 = 9 (3 x 3) (É A HORA)
...
tudo me leva a crer que SATURAÇÃO DE SATURNO está prestes a nascer (não te parece?)
e sendo que vem vindo, abre-se poema para esta manhã de quarta-feira, oya
(poema que também está aqui, na coleta dos magos de mallarmargens, veja)
apoteose
enquanto contemplava
o rebento rosa
entre os dejetos boiando
naquela tina de sangue
dois dedos na garganta
e desfaz-se uma noite
e desfaz-se o corruptível
dois dedos e uma unha
a menos o pé roxo e torcido
- alabama - desfeita
a casa acorda
contempla
esse pedaço rosa
encarniçado esculpido
gruta afora
retiro-o do vaso, repito
a operação pego-o com o dedo
o mesmo esperando
reconhecer
há outro roxo no antebraço
uma cara cada vez mais lua
enquanto míopes
as contemplações
oferecem-se ao fluxo
então contente espiralado
enfim lisonjeiro
recém-nascida por dois dedos
e uma máquina
faço tudo ficar branco
ficar claro, digo, franco
e sem memória
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