20120921

sexta-feira branca



este o nome da sorte: o enlace do nada, chamado-amor
ele que vem dentro de um véu de nada
a boca e os olhos são buracos e me beija o vazio
(como beijará a Hilda) (os amantes)

a morte poderá ser um ramalhete invertido, descendo à terra
(quantos dias à espera do ramalhete? dois?)
mas a rainha de espadas, driblando e ajeitando o seis, guarda de seu futuro a beleza ainda
ramalhetes também os deixavam os ciganos ao longo da longa via da longa viagem para sinalizar
passagens, ao longo da costa, o navio partiu, ou dizem que vem chegando o navio

(nesta noite conheci piratas que sufocavam naus perto do Marrocos - eu nado muito, mas as ondas não se movem, apesar de haver ondas), na carta me lembro de Aladim e de como eu gostava dele
_ Terra à vida, Mar à vista _
para onde eu vou? o meu número da sorte é 6,
o que nos entendimentos constelados pode querer dizer: faz do teu corpo teu lugar de beleza, repousa no teu corpo, faça música no teu corpo, dedique-se a ter água por dentro do pensamento.

e chegamos a Cubatão. à pira de Aquiles. ambas as piras, a do sangue e a mortuária. qual tua escolha? vida longa ou destino heróico? mas estas não são escolhas que se façam à literatura. nenhuma.
morte, morte, morte, história de família. herança. meu homem. o de cara vazia. que me beija a boca.

vem número 8, número 9 de ouros, vem palavra baça e felpuda
transmuda o metal em mel
dourado

abelha-rainha
(tu, dioniso)

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