20080910

Velada



Improviso à Mariana, mér



Todas as noites
na esfinge de aconselhar seu dia
ela se escreve
escondida

Linha à linha prumo riste
seguem suas palavras
à sua olaria investigando
a cena do seu jarro de dor
a cena de seus rasantes altos
a cena de suas drogas
a cena de seus amores

Sem perceber disse a vida toda
e estava nu o papel
porque ontem dormiu mais cedo e
nem assim está descansada
no território em que todas as mulheres
são lobas afugentadas e iludidas

Ontem marcou um ponto no centro
de suas memórias
e partindo das bordas recolheu
à saia a voz muda daquelas palavras
buscando o véu do sentido


Sem perceber disse a vida toda
e sua presença se pôs na garganta
de onde eu velo a estrela de nossos rastros


e sideral pertenço à família
em que tu me alças:
o mais vibrante filamento de luz
enredando nas tuas letras
o sentido sanguíneo do encontro
de onde respira solta a palavra

amor

Um comentário:

Mari Barros disse...

vc é figura
achei muito bonito
agora tenho que ver se entendo :-)
de qualquer forma, a justiça foi feita rsrsrs
e agueeennnnta
bjbjbjbj