Começo esta fala dizendo
da afeição que tenho pelo assunto, em todos os seus aspectos. Durante o tempo
em que venho estudando e lendo temas da astrologia
cada vez mais fico encantada com a riqueza dessa linguagem antiquíssima do homem. Este meu trajeto de estudo foi
sempre combinado e entrecortado por diversos outros, como, com mais afinco,
História e Literatura. Daí, talvez, eu ter sempre gostado de ler a astrologia,
sobretudo, como uma linguagem. A
imagem de uma via láctea visível na
noite com seu alfabeto de estrelas me deixava, e deixa, propensa à poesia,
propensa às viagens mais densas do imaginário, diante de um obscuro papel em
branco, que é o céu, ilimitado. Desde que ficamos em pé, miramos estrelas. E
nosso primeiro poema, numa pedra, deve ter sido o sinal de um sol, um corpo da
lua, um laivo de marcos cintilantes, perspectivados em nosso olho, em nossa dimensão, naquilo que
chamamos ‘o real’. Foi olhando o céu que começamos a escrever, e escrevendo o
céu nós o inventamos, assim como, talvez, tenhamos percebido que nós também
somos, como o céu, matéria ardente de nossa própria invenção. O céu, esse
imenso convite à navegação, me pareceu, desde pequena, como uma língua secreta,
nem estrangeira nem legível, mas prenhe de signos e sinais das coisas que
ultrapassam tempo, espaço, compreensão. As estrelas formavam frases na língua
que eu inventava para elas, antes mesmo de descobrir os outros versos que
tantas pessoas já lhes haviam dedicado. Nomes, desenhos, rotas: Perseu,
Cruzeiro do Sul, o califado das Plêiades, a suntuosa calda do escorpião, os
vasos despejando água, rosas e leite e mel ao redor de abelhas, numerais de um
tempo esquecido... o céu se mostrava um mapa de potentes desvendamentos, que,
para além do visível, a astrologia nomeou e lhe deu uma história, uma
linguagem. Aberta, errante.
Não me interessa, portanto, em relação à astrologia, pensar em termos de crenças, fidelidades, dogmas, ortodoxias. O que me fascina nisso tudo é sua história milenar e contínua, tão viva para os babilônios quanto para nós, linguagem que se estica e transforma, linguagem-polvo que muito se aproxima da arte, com seu desejo de interrogação das coisas e seu sonho de descoberta das ‘correspondências’ entre tudo. Não pede exatidão: pede lirismo, a astrologia. Seu leque de abordagens pode ir de uma exímia matemática às narrativas dos grandes mitos das mais diversas culturas. É o seio da linguagem humana, nosso primeiro murmúrio, nosso primeiro espelho móvel. E, como toda linguagem, é arbitrária. E, como toda linguagem, carrega em si o magma da busca, busca que nos leva a nomear as coisas e a esquecer-lhes o nome, e assim, renomeando-as novamente, numa troca constante com a vida e com o vivo, numa relação simbólica com a existência. A astrologia que eu amo, eu compreendo como um sistema de sinais com que dizemos o nosso nome e o que há de oculto nele e em nós.
Não me interessa, portanto, em relação à astrologia, pensar em termos de crenças, fidelidades, dogmas, ortodoxias. O que me fascina nisso tudo é sua história milenar e contínua, tão viva para os babilônios quanto para nós, linguagem que se estica e transforma, linguagem-polvo que muito se aproxima da arte, com seu desejo de interrogação das coisas e seu sonho de descoberta das ‘correspondências’ entre tudo. Não pede exatidão: pede lirismo, a astrologia. Seu leque de abordagens pode ir de uma exímia matemática às narrativas dos grandes mitos das mais diversas culturas. É o seio da linguagem humana, nosso primeiro murmúrio, nosso primeiro espelho móvel. E, como toda linguagem, é arbitrária. E, como toda linguagem, carrega em si o magma da busca, busca que nos leva a nomear as coisas e a esquecer-lhes o nome, e assim, renomeando-as novamente, numa troca constante com a vida e com o vivo, numa relação simbólica com a existência. A astrologia que eu amo, eu compreendo como um sistema de sinais com que dizemos o nosso nome e o que há de oculto nele e em nós.
Essa plasticidade da
linguagem astrológica muito se aproxima e se enlaça daquilo que entendo como
ARTE, que num amplo sentido, propõe-se a dar e fazer-se imagem transformada e
em transformação de nosso curso, de nossa precariedade, de nossos registros.
Essa grande interrogação do infinito: o que há para além e aquém daquilo que
mediamos e nomeamos? Como compreender o nosso vínculo e a nossa diferença com
as forças que nos rodeiam? Como entender a nós mesmos nesse nosso espelho
íntimo, que é a linguagem? Até onde eu me digo ou as coisas me dizem? O que é
que o céu me diz? Toda essa inquirição existencial,
digamos, que está no bojo de cada primeiro verso e de todo último poema, talvez
queira que, entre o começo e o fim da página em branco com que passamos a vida,
uma breve imagem maravilhosa possa se dar, devolvendo-nos para além do nosso
terror e suspeita cotidianos, uma sensação de alargamento do real. Dar boca às estrelas, colocá-las a cantar,
como tem feito o homem desde que se sabe um ser
de linguagem, é um exercício de considerar.
Com + siderar, ou seja, rodar junto,
existir em rodao na matéria movente que somos e que é, bater ritmado o corpo, ter
um pulso-coração. É por isso que aprendemos que a ausência do ritmo pode ser um desastre. Estar atento ao céu, ao nosso
céu, aquele que inventamos e que nos estimula a rodar, aquele que nos desafia e
empreende em nós grandes jornadas, é uma maneira de nos ‘considerarmos’
humanos, comuns, siderados.
O desejo de conhecer
possíveis correspondências entre nós e o mais que há em nós nos fez seres de
linguagem. E quantas línguas podemos falar? E quantas línguas haverá? Cada
linguagem humana carrega em si uma demanda de beleza, entendimento,
consideração. Porque eclipsar o conhecimento que cada uma tem? Por que
estigmatizar qualquer linguagem humana? Lendo o céu e seu tapete alado,
inventariamos os sonhos que temos desde antes de podermos falar, fazemos do céu
um Grande Livro ou Grande Poema onde cada um constelará um rosto, um retrato,
um desejo, um pedido, uma história...
Fernando Pessoa, antes e
depois do imenso Gênio que é, foi, sobretudo um homem que buscou ultrapassar o desastre da ortodoxia. Seu projeto de
obra, que culmina no ponto áureo da heteronímia,
foi um projeto contra qualquer preconceito quanto às diferentes formas de
conhecimento, suas diferentes linguagens. Por isso, sempre que se dizia ou se
afirmava algo, Pessoa, em seguida, no mesmo verso, se contradizia e se negava.
Seu nome é um imenso buraco negro, uma grande Máscara, que abrigou uma
constelação de escritas e gêneros literários, um povoado de seres absolutamente
estranhos e diferentes entre si. Tudo está ali, nessa experiência escrita que foi Fernando Pessoa.
Ele é, portanto, um
exemplo de um criador amoral¸ extremamente
ético, que sabe que toda linguagem é
uma compota de sonhos e de vazios, de ilusões e de fabricação do real. Pessoa
vai investir seu trabalho, portanto, nesse tema que é um dos mais densos e
inquietantes da arte que é o da metalinguagem,
a investigação dos limites e dos reflexos das linguagens que usamos. Ele sabia que para ser outros precisava
sê-los em linguagem, em linguagens, digamos.
Experimentou o cristianismo, o gnosticismo, a cabala, os ensinamentos
templários, o rosacrucianismo, a dúvida, a ironia, o ceticismo, a monarquia, o
republicanismo, a sexualidade, a assexualidade, o tédio, a euforia, o
patriotismo, o deboche com a pátria, a solidão, a amizade, os mitos, os astros,
os folhetins, as palavras-cruzadas: hoje sabemos que Pessoa teve mais de 70
heterônimos. Com 7 anos, veio um tal de Chevalier
des Pas, com quem dialogava. Depois, Alexander Search, um poeta de língua
inglesa afeiçoado aos cultos satanistas do ocultismo do fim do século XIX;
ainda depois, um tal Vicente Guedes, tradutor; um tal Dr. Gaudêncio Nabos,
humorista e jornalista; um outro chamado
Barão de Teive; um Joaquim Moura Costa, poeta satírico; ainda, o nosso Bernardo
Soares, do Livro do Desassossego;
António Mora, filósofo que teorizou o neopaganismo; e, além desses e outros, a
tríade fundamental de sua poética: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de
Campos. E ainda, é claro, o seu ‘heterônimo astrólogo’, chamado Raphael
Baldaya.
Na imagem disposta acima,
vemos o mapa do poeta feito por si próprio e uma nota tirada do espólio de
Pessoa (Biblioteca Nacional de Lisboa) em que ele se apresenta como R. Baldaya,
informando o tipo de trabalho que faz como astrólogo e ainda coloca os preços
das consultas! Provavelmente essa nota teria sido feita para ser veiculada em
anúncios de jornais. É curioso notar que Pessoa a escreve em inglês, e como diversos dos mapas e
estudos astrológicos que fará também assim serão, mesclas de inglês com
português, vemos mais uma mostra dessa vontade
de muitas línguas e domínio delas,
como se ele mesmo fosse um grande orquestrador desse ‘drama em gente’, dessas
pessoas e línguas que o habitam.
O interesse de Pessoa
pela astrologia parece vir desde cedo, mas as primeiras notas que encontramos
no seu espólio vem de 1908 – 1909, quando ele contava com 20 anos. Além de,
portanto, empregado em firmas comerciais (nas quais ele cumpria a função de
redator de cartas comerciais ao estrangeiro), Pessoa também exerceu o ofício de astrólogo. Há, em sua arca,
mais de 470 fragmentos dedicados à astrologia: de teorias astrológicas a
diversos mapas astrais que ele levantou, além de correspondências com
estudiosos do assunto de outros países, como por exemplo, o
mago-místico-exótico Aleister Crowley, que foi até Lisboa conhecer aquele
sujeito que havia lhe dado, por cartas, sugestões a respeito de seu mapa. Dos mapas levantados por Pessoa, constam os
de D. Sebastião, Shakespeare, Milton, Goethe, Napoleão, Baudelaire, Mussolini,
Salazar, entre outros.
Há uma ocasião curiosa e
que convém aqui narrar, para que fique visível o lugar que a astrologia ocupou no dia-a-dia de
Pessoa, ao longo de toda sua vida, e com especial ênfase nos anos 1909 – 1915.
Em 24 de julho de 1915, Pessoa escreve uma carta ao editor do livro de Alan Leo
“Mil e uma natividades notáveis”,
pedindo-lhe que lhe envie o mapa de Francis Bacon, o filósofo, escritor e ensaísta do
séc. XVI. Pessoa, nesta carta, se apresenta como ‘estudante de astrologia’ e
diz que, lendo o livro de Alan Leo, havia ficado curioso em relação às notas sobre o mapa de
Francis Bacon, pelas seguintes razões: (diz Pessoa) “Meu principal interesse [no mapa de Bacon] está no desejo de ver o
que, no horóscopo dele, registra sua peculiar característica de ser capaz de
escrever em diferentes estilos e sua habilidade para ‘transpersonalização’
(...). Eu também possuo estas características. Sou escritor, e sempre achei
impossível escrever com a minha própria personalidade. Sempre me peguei, conscientemente
ou não, assumindo o caráter de alguém que não existe, sob cuja intervenção
imaginária me ponho a escrever” (BNP/E3, 114-60).
Ora, Pessoa é um
geminiano, com ascendente em escorpião e lua em leão. Desde o princípio do
projeto ‘consciente’ e ‘autoral’ da heteronímia, que envolve portanto, a
criação estética de Caeiro, Reis e Campos, ele esteve buscando-a, também, na
astrologia. Astrologia e literatura são engrenagens amantes que, na obra de
Pessoa, levam uma à outra, e irradiam um verbo luminoso. É fantástico como ele pôs em prática essa despersonalização
geminiana, símbolo de uma mente ágil e inquieta que quer conhecer tudo de todas as maneiras. A qualidade aérea de gêmeos,
somada à densidade líquida do ascendente em escorpião, fez com que esse desenho
astral de si mesmo se disseminasse num dos projetos estéticos mais radicais e
ambiciosos (como convém a uma lua leonina) do século XX. Pessoa, somando,
portanto, Gêmeos, Escorpião e Leão, conforme a sua compreensão destes signos,
será o investigador das grandes descidas
a mando de uma Grande Obra: a
curiosidade mental envolvendo o mistério do nascer e do morrer, buscando uma
maneira de transformar-se em figura capital, ou Supra-Camões, de seu tempo.
Esta faceta será mais visível naqueles poemas assinados por ele-mesmo, ou seja,
Fernando Pessoa ortônimo, como por exemplo este:
Gêmeos, regido por
mercúrio, fala-nos desse mensageiro, esse emissário, esse sujeito que é apenas voz onde
a mensagem (de alguém desconhecido) se
processa... o autor, o poeta, é aqui entendido como esse mensageiro, que
cumpre “informes instruções de além”,
ou seja, cumpre ordens que desconhece, está a serviço do desconhecido. Não é,
aqui, possível uma unidade de compreensão, uma compreensão total deste ser, já
que ele se manifesta enquanto tradutor
de uma outra voz, que se desconhece... Rei, Deus, alguém? Não se sabe... Não se
sabe mesmo se “existe o Rei que me
mandou”. Tudo é dúvida e mistério, uma linda tradução em poema de uma abordagem de sua própria carta natal e dos sinais
milenares que a astrologia nos oferece como linguagem
criativa. No poema, e em toda a obra do Fernando Pessoa ele-mesmo (o
ortônimo) transparece-nos esta atmosfera de névoa e indefinição, em que o sujeito
se busca e se erra, sentindo as
coisas atravessarem-no. Essa bruma de um aquém ou além vida, à qual a
sensibilidade escorpiana está sempre ligada, encontrará expressão na dúvida e no paradoxo que experimenta o sol geminiano.
Outro exemplo dessa navegação poética que Pessoa realizou a partir de seu
próprio mapa está neste outro poema do qual leremos apenas um excerto:
Só com o primeiro verso
já podemos vislumbrar um exercício poético fantástico de concisão com seu mapa
astral: “Meu pensamento é um rio
subterrâneo”... Se gêmeos é o signo do pensamento múltiplo, que não cessa
de voar pra cantos diversos, um pensamento incessantemente outro, escorpião nos
fala dessa atmosfera úmida e fria dos rios subterrâneos, os pântanos, as águas
quase paradas e quietas que nos expõem a nossa própria escuridão. É dentro
desta paisagem, que podemos dizer que, sim, vem sim de um imaginário
astrológico, que Pessoa anunciará uma estética e uma Obra.
E como ele é muitos, é
vário, também seus heterônimos terão seus mapas astrais. Depois de existirem
como poema, existirão como desenho do céu. Vê-se novamente: o duplo motor
possível no elo entre a linguagem poética e a linguagem astral. Vejamos o que
dirá Pessoa a respeito da feitura desses mapas, dos heterônimos, e como ele nos
diz da importância de Caeiro a partir de seu mapa natal, Caeiro que será
considerado seu mestre e mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos:
Quem é que perguntará se
Caeiro deveras existiu? Cabe essa pergunta? Pessoa aqui parece rir ou motejar
de quem espera da astrologia mais do que o imenso motivo de dar alma à alma.
Ele entendeu em si essa envergadura
estética e ética que se chamou Alberto Caeiro, e esse não só lhe ensinou
como ensinou aos outros que nele habitavam. Como não ver nisso tudo uma amostra
visível e palpável de uma constelação? Pessoa, no entrelaçar de astros e
literatura, além de diversos outros assuntos e temas e formas de conhecimento,
nos legou um exemplo genial de que tudo
se soma, tudo se toca, tudo é válido como maneira de compreensão da existência,
desde que nenhuma das formas e forças se excluam, desde que tudo conviva
tenso no drama paradoxal do maravilhamento e da dúvida. Pessoa constelou
diversos saberes e foi o que é, nosso maior poeta.
Caeiro será mestre porque
está relacionado ao fogo e ao número 1, número de Áries ou do Carneiro
(Ca-rn-eiro), com o ascendente também ígneo posto em Leão. O signo de Áries, em
linhas gerais, é aquele relacionado à visão pura, à visão da infância, que sabe
se encantar com o exatamente real, sem se inquietar com o que possa haver
dentro, através, ou fora do visível. O campo do real e da realeza de Caeiro
será o campo do visível. E ele será mestre porque deixará poemas que nos ensinam
a ver, a ter o olhar nítido como um
girassol, direto, claro, transparente.
Essa inocência sonhada, quiçá, seja aquela que arrebanhará todo amante
da linguagem, esse desejo de que o visível e o dito, a coisa e seu nome se
façam um só, óbvio, bom e indubitável real. Em Áries é curta a distância entre
visão, pensamento e ação: há aqui uma ‘espontaneidade’
quiçá perdida, essa saudade de uma via simples. Dentro de um Pessoa, aquele que
visitamos brevemente, guiado por uma voz misteriosa e inefável, que o enche de
bruma e névoa, há este desejo solar de uma infância prolongada, chamada Alberto
Caeiro. E tudo isso feito do abraço de mapas e palavras, céus e símbolos, linguagem
e linguagem: as miríades de nossa voz múltipla cortejando o mundo e a matéria
do vivo em que vivemos, respiramos e deixamos um verso.
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obs. este texto foi lido no PLANETÁRIO DE SÃO PAULO (Ibirapuera) na noite de 2 de outubro de 2012. Fez parte da programação paralela da 30a Bienal de São Paulo, e eu lá cheguei pelo convite do meu querido Fernando Marques Penteado, que está lá, radiante, com sua casa têxtil, com seu mapa celeste entretecido, bem ao lado do Bispo do Rosário, num lindo-enlace, que é como deve ser. Lá na Bienal. Vai ver, te digo. Agradeço ainda ao Walmir Cardoso e João Paulo Delicato, astrônomos atentos, que nos mostraram que a constelação de escorpião é também uma enorme ema ou ainda uma cascavel e ainda tanto mais. De volta aqui, ao texto, te digo também: como é um texto que foi feito para ser lido, guarda essa marcação oral. E, sim, além de falante é um texto brevíssimo, coube a mim uns 20 minutos mais ou menos, e 20 minutos mais ou menos é um sopro de areia dentro dessa arca monumental chamada Fernando Pessoa. Peço perdão por isso. Caiero é deveras tão mais complexo que um girassol. Tão complexo quanto. O que não coube na voz nesta noite. De todo modo, o que mais do que querer falar e falar sobre Pessoa e astrologia? A noite foi linda. O planetário povoado. O céu aberto. Projetar mapas e poemas na noite densa da abobadada cúpula dos olhos, isso não se esquece. Agradeço-te Fernando. Por essa noite, e essa amizade que chega. Deixei lá (e agora fica aqui) apenas a carmina, o encanto, de enunciá-lo: C A E E E E I R O... E deixo a deixa de que tudo segue no arado. Astrologia + Pessoa são paixões arcaicas, suficientemente para toda a vida, até o fim. Assim assado, quem quiser seguir nesse papo comigo, estou chamando, de mãos soltas, o encontro. Sim.
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