ESCORPIÃO com Sylvia Plath e Carlos Drummond de Andrade
IFF | Ribeirão Preto | 19/04 | das 19h às 20h30
Em cada aula do curso ASTROLOGIA E LITERATURA entrelaçamos a leitura de um signo com a leitura de um texto literário. Começamos lendo as principais características do signo astrológico, no caso de ESCORPIÃO, um signo do elemento Água, regido pelo planeta PLUTÃO. O elemento água fala de nossos sentimentos, nossa sensibilidade, nossas intimidades. Plutão é o planeta das grandes mudanças, dos cortes abruptos e dos renascimentos. Profundamente sensível, veremos como o escorpiano busca, sobretudo, uma vivência intensa de sua sensibilidade, atraindo a si elementos de mudança, morte, rupturas e até violência. Tudo isso porque, para ele, e para sua sensibilidade, o que vale é sentir tudo até o limite, mergulhado ao fundo de si, sem poupar-se do reflexo de nenhum horror que venha a encontrar por dentro dessa sua viagem à noite de si mesmo. Como a fênix, o escorpiano intuitivamente sabe que é da vivência concentrada dessa sua matéria de sangue e cicatriz, que passa muitas vezes pela revisão da sua história de família, que será possível criar uma vida mais livre e luminosa, onde a dor da morte e de morrer se transformam em desapego e capacidade de auxílio ao outro, através de uma compreensão lúcida sobre os processos da morte em vida, que, no seu reverso, é também descoberta do prazer de viver.
Sylvia Plath legou à poesia o funcionamento dissecado desta sensibilidade escorpiana, ainda que focada principalmente em suas manifestações autodestrutivas. De uma beleza cruel e insuportavelmente expositiva, os textos de Sylvia inflamam cruamente as obsessões e desesperos de uma sensibilidade ‘desencaixada’ da vida, desconfortável, que só vê a morte como saída, que só vê a morte como solução. Carlos Drummond de Andrade, outro escorpianíssimo, com sol, lua e ascendente no signo, mostram-nos que por trás de uma face calma pode haver um "abismo sob controle", ou seja, nas camadas de muitos de seus textos, profundamente marcados por uma solidão autossuficiente e recolhida, assoma uma agudeza crítica, questionadora dos ‘apegos’ do mundo, levando o leitor a encarar a morte, levando novamente o ser ao nada, desvinculando sujeito e matéria, libertando-nos enfim, se tivermos olhos para ver além do corte.
Informações e inscrições: http://www.institutofigueiredoferraz.com.br/cursos-e-palestras/literatura/roberta-ferraz/
A
tradução Maria de Lourdes Guimarães
(Ed. Assírio e Alvim)
Esta é a
As
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picando-me os
Destiladas e
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O teixo aponta
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A
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azuis e
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