Ao Alfredo, em sua vida
"Poderei dizê-lo: inspiro-me no que é uma força e uma terrífica fragilidade, diante da lembrança e do esquecimento"
(H. Helder, Apresentação do Rosto)
Andar a bicicleta estrelada
quando a ultrapassagem rotatória
das mãos assolando as costas
trazem a memória de seu esquecimento
Foi um grosso hiato
encardido de tempo e lama
preciso dentro da manhã noturna
daquele giro
Não estava morto ou vivo
e na vigília se desfiava
a coesão pedalada do tempo
Estava aquilo
febre de infância de outro lado
acima-dentro lacunar indício
mostrando-me fumaças
afásicas, ritual
o exercício sobre a matéria
do gostar lembrar desviar
o então-poema
lento
cheio de húmus
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